Panificadoras faturaram R$ 8,63 bilhões
Em Minas Gerais, o segmento de panificação e confeitaria é composto por 6,3 mil empresas, representando 9,3% do mercado nacional. De acordo com o Instituto Tecnológico da Panificação, Alimentação e Confeitaria (ITPC), as panificadoras mineiras tiveram, em 2016, um aumento no faturamento bruto de cerca de 3,0%, chegando a R$ 8,63 bilhões.
Seguindo a tendência nacional, as empresas mineiras usaram os próprios produtos como forma de se sustentar. A produção própria foi responsável por 63,03% do faturamento, o equivalente a R$ 5,44 bilhões.
“O mercado mineiro é extremamente competitivo. O poder de compra do consumidor vem caindo desde 2015 e o que a minha experiência mostra é a necessidade de ajuste do mix. Avaliar a rentabilidade de cada produto e adequar a produção é fundamental. Reduzir o número de itens e focar na qualidade é o caminho. Precisamos administrar e diminuir as perdas ao máximo”, alerta o presidente da Associação Mineira da Indústria de Panificação (Amip), Tarcísio José Moreira.
A crise econômica bateu forte no setor, que ainda sofreu o impacto das mudanças do mercado com novos entrantes e variação no perfil de consumo (lojas de vizinhança, food trucks, atacarejos, entre outros). A inflação geral no País, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Amplo (IPCA), foi de 6,29%, enquanto a inflação nos 30 principais produtos do mix (18 de produção própria e 12 de revenda) foi de 9,7%.
Outros números que indicam as dificuldades atravessadas pelo setor são o de faturamento dos itens de revenda, que recuou 6,95%; o número de funcionários, que caiu 2,0%, e o fluxo de clientes que reduziu 4,06%. O tíquete médio, de outro lado, cresceu 7,5%.
“O ano passado foi extremamente difícil. Os números mostram que precisamos cuidar mais do varejo. Tradicionalmente damos mais atenção à produção, mas quando colocamos os produtos na vitrine temos que nos compreender como varejo. Temos que nos profissionalizar na panificação e nos serviços”, afirma o presidente da Amip e do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Panificação e Confeitaria de Massas Alimentícias e Biscoitos do Estado de Minas Gerais (SIP), José Batista de Oliveira.
Os dados são do levantamento “Indicadores 2016 – Desempenho de Empresas de Panificação e Confeitaria Brasileira”, realizado pelo Instituto Tecnológico da Panificação, Alimentação e Confeitaria (ITPC) em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip), foi divulgado ontem, em Belo Horizonte, durante o seminário “Balanço, tendências e perspectivas – panificação, confeitaria e varejo alimentar em Belo Horizonte”. O evento foi realizado na sede do Sindicato e Associação Mineira da Indústria da Panificação (Amipão), na região Centro-Sul.
A pesquisa foi realizada com 400 padarias de diferentes portes e perfis e indica que os melhores resultados foram obtidos pelas empresas que apostaram nos produtos de fabricação própria. Esse rol de produtos teve crescimento em vendas de 11,2%.
No encontro, o presidente da Amip e do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Panificação e Confeitaria de Massas Alimentícias e Biscoitos do Estado de Minas Gerais (SIP), José Batista de Oliveira, trouxe os “indicadores financeiros, operacionais e de produtividade na conjuntura nacional”. O presidente da Associação Mineira da Indústria de Panificação (Amip), Tarcísio José Moreira, abordou o tema “Maneiras como padarias e confeitarias podem aumentar sua rentabilidade e se tronarem mais competitivas”. E, por último, o presidente do ITPC e coordenador nacional do Programa de Desenvolvimento à Alimentação, Confeitaria e Panificação, falou sobre as tendências de consumo para 2017 com a palestra “O que o consumidor deseja e como atender os variados momentos de compra do cliente”.